A MÃO INVISÍVEL
MORAIS LEITÃO GALVÃO TELES, SOARES DA SILVA & ASSOCIADOS
lisboa
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O gesto é a acção sobre a existência. É matéria intangível.
É o conjunto dos movimentos de todos os indivíduos que constrói
as sociedades. Aqui, é o dínamo camuflado de toda a actividade. O motor silencioso. De cada gesto, de cada movimento, diário, repetido, diligente, individual, nasce e cresce esta Sociedade. São todos estes gestos somados
que criam os resultados visíveis do trabalho. A esta soma da intangibilidade, a este movimento imperceptível, chamámos “A Mão Invisível”.
Da captura em tempo real de todos os movimentos dos ratos e trackpads
dos mais de 400 advogados e colaboradores que ao redor do mundo colaboram
com esta Sociedade, um software original interpreta essa informação
e transforma-a em imagens, dando visibilidade quer ao trabalho mais invisível, quer à natureza abstracta da Sociedade, entre a explosão
criativa individual e a capacidade estruturante sobre essa energia, explorando as tangentes entre o determinismo da máquina e a natureza aleatória dos dados originados por pessoas.
Uma poesia singular que se encontra nas fronteiras entre digital e humano, caos e ordem, beleza e trabalho, informação e arte.
Apesar de as capacidades polimórficas do suporte usado para apresentar
a peça ajudarem a atribuir-lhe uma expressão plástica icónica, é o seu conteúdo, a dialéctica entre a realidade da acção humana e a virtualidade
da acção digital, que dá origem a uma peça gerada colaborativamente por centenas de computadores e pessoas e que constitui o verdadeiro objecto artístico. Uma representação do invisível.
Num tempo de redes neuronais e inteligência artificial, “A Mão Invisível” explora a beleza da rede humana e apresenta a Sociedade como um organismo vivo, sempre em mudança, sempre em construção, numa dinâmica entre pessoas
e estruturas, sintetizando assim uma dialética de ordem e acaso através
de um arranjo estruturado de bits and bytes e traduzindo em beleza digital
a intangibilidade deste esforço conjunto.
Esta primeira iteração visual da peça aprofunda a exploração da relação
entre estética e uma certa ideia de trabalho.
Um diálogo entre a multiplicidade de inputs originados pela acção
e a força gravitacional representativa da natureza agregadora da Sociedade,
numa dinâmica de permanente reciprocidade formativa em ambas as partes,
aqui representadas pelo movimento de aparente caos das partículas digitais que, gravitando em torno dessa entidade abstracta, a revelam, num movimento de expansão e retracção, de permanente criação e reinvenção.
O minimalismo estético e conceptual desta iteração, plasma a elegância elementar e a harmonia subtil de movimentos do universo, resultando
numa peça de grande apelo contemplativo e reflexivo sobre o tema do caos
da criação, das redes de conhecimento e da natureza das estruturas
e da cooperação.
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Obra comissionada pela
MORAIS LEITÃO GALVÃO TELES,
SOARES DA SILVA & ASSOCIADOS
Collective of Two.
Gonçalo Santana Ferreira/ Vasco Barbosa